segunda-feira, 7 de julho de 2008

AULAS NÃO CONVENCIONAIS

os alunos puderam escutar o Cacique Darci falar da cultura de seu povo, o cuidado e o respeito que tem com a natureza, como a história de seu povo é passada para as crianças, a questão da educação indígena (escola), as dificuldades que enfrentam, o tipo de alimentação que tem atualmente, que precisam comprar, pois não é mais possível viver da natureza, ela está escassa. Os alunos fizeram perguntas: Vocês não plantam milho, mandioca, assim como no passado? Os índios que vão à escola fora da aldeia entendem a língua portuguesa?... Impressionaram-se que os índios aprendem duas línguas, a própria e a nossa. Enfim, a visita foi muito proveitosa, houve até uma integração dos alunos com as crianças indígenas, por exemplo: caminhavam juntos, conversavam, perguntavam os nomes, gesticulavam e riam. A experiência nos rendeu algumas aulas com discussões, questionamentos, comentários, registros escritos e orais relacionando épocas, fatos, ambientes e recursos. Também tiramos muitas fotos com os índios que estão expostas na sala de aula e que os alunos não se cansam de olhar.

O passeio no Barco Martim Pescador pelo Rio dos Sinos foi uma mistura de museu com sala de aula flutuante, simplesmente fantástico, pois além da palestra da bióloga a cerca dos aspectos históricos e ambientais que envolvem o Rio, foi possível visualizar a riqueza natural, como a variedade de pássaros e a vegetação (mata ciliar), bem como também a ação humana através do tempo na degradação deste espaço. Os comentários dos alunos posteriormente a visita giraram em torno da quantidade de sacolas plásticas penduradas nas árvores, a quantidade de lixo, como garrafas plásticas, em alguns trechos do Rio e a cor da água dos arroios que deságuam no Rio. Aproveitando o fato de passar atrás da escola o Arroio Kruze, que é um dos afluentes do Rio dos Sinos, fiz questionamentos que levassem os alunos a pensarem de forma “seqüencial” de como todo esse lixo chega até o rio, quem são os responsáveis, que práticas adotar para isto não acontecer, os danos para o meio ambiente e consequentemente para nós. Para finalizar fomos até a biblioteca pesquisar o tempo de decomposição de alguns materiais (lixo) vistos no rio o qual confeccionaram cartazes.

domingo, 6 de julho de 2008

A CRIANÇA E A CONSTRUÇÃO DA NOÇÃO DE ESPAÇO E TEMPO.

Obtive uma grande aprendizagem com o assunto: “Como as crianças constroem a noção de espaço e tempo”.

Devo confessar que desconhecia as etapas pelas quais passam as crianças para a construção da noção de espaço e tempo. As leituras sugeridas, principalmente de Estudos Sociais e as atividades desenvolvidas nas interdisciplinas deste semestre, foram valiosas para meu aperfeiçoamento teórico prático.

É importante destacar que sempre trabalhei as noções de espaço e tempo, como: identidade, família, localização, pontos cardeais, horas, etc..., mas de uma forma como “fatos isolados”, sem contemplar uma relação mais “profunda dos acontecimentos” e também sem ao menos considerar a etapa em que a criança se encontrava. Tenho certeza que as aprendizagens adquiridas irão contribuir para a melhora das aulas e facilitarão a avaliação das aprendizagens dos meus alunos.

Atividades desenvolvidas com os alunos referentes à construção do espaço e tempo:

ATIVIDADE PROPOSTA:

Propus aos alunos de 4ª série, com idade entre 9 e 12 anos, atividade referente a Organização do Espaço.

Pedi que observassem o espaço da sala e aula. Como está organizado. A disposição das mesas, quadro, armários, cartazes, etc... Indaguei, o que poderíamos mudar na organização deste nosso espaço. Rapidamente responderam que poderíamos mudar as mesas para em grupos, círculos, etc..., trocar o quadro para a outra parede, os cartazes. Por fim houve uma grande empolgação e concordância coletiva em mudarmos a disposição das mesas, da forma tradicional em que se encontravam para em grupos, de 4 em 4.

Com o desenvolvimento desta atividade pude verificar que os alunos se encontram na etapa do espaço operatório, pois conseguiram desenvolver com bastante facilidade representações reversíveis, organizando rapidamente, quase que automaticamente as mesas de uma forma inversa da qual se encontravam.

ATIVIDADE PROPOSTA:

Para trabalhar a noção de tempo, propus aos alunos de 4ª série, que pensassem no período de tempo que tem um dia. As respostas foram:

- O dia tem o dia e a noite;

- o dia tem manhã, tarde e noite;

- o dia tem vinte e quatro horas.

A partir destas colocações indaguei:

- Como ocupamos o tempo do nosso dia?

- Qual o tempo que dura mais? O tempo que ficamos na escola ou o tempo que ficamos em casa?

- Que horas chegamos na escola e que horas vamos para casa?

Construímos juntos no quadro, uma linha de tempo das horas que ficamos na escola, das 7 horas e 30 minutos até às 11 horas e 30 minutos. Colocamos na linha do tempo o primeiro período de aula, o período do lanche, o período do recreio e o segundo período de aula, a partir de questionamentos como: Que horas começa e que horas termina o primeiro período de aula? Qual é o período do lanche, do recreio? Que horas começa e que horas termina o segundo período? Qual é o período que dura mais tempo? Qual é o período que dura menos tempo? Qual o total de horas que ficamos na escola? Como gastamos o tempo restante do dia?

Sugeri então, que cada um fizesse no caderno uma representação de como ocupam o seu tempo do período que não estão na escola.

Com esta atividade concluí que a grande maioria dos alunos estão no estágio operatório, pois conseguiram desenvolver sem dificuldade a atividade relacionando corretamente as tarefas com o tempo gasto em cada uma, obedecendo a uma seqüência cronológica do tempo. Também conseguiram representar e identificar em qual tarefa ou atividade gastam o maior ou menor tempo, demonstrando compreender a sucessão do tempo, apesar de ser bastante abstrato.

Atividade desenvolvida por sugestão da interdisciplina Matemática, conforme link abaixo:

EF - 02

LINHA DO TEMPO DOS ALUNOS

Desenvolvi com meus alunos de 4ª série a atividade proposta na disciplina de Estudos Sociais: “Construção da linha de tempo dos alunos”.
É possível conferir no link abaixo:
LINHA DE TEMPO DOS MEUS ALUNOS
Com o desenvolvimento desta atividade foi possível contemplar várias disciplinas, como história, ciências, geografia, mat
emática, português, além de me proporcionar saber e conhecer mais sobre meu aluno, bem como suas dificuldades.
Com esta atividade pude trabalhar cálculo, a partir das datas de aniversário, idades e acontecimentos, em forma de histórias matemáticas, pois uma das dificuldades que percebi foi justamente a do raciocínio lógico matemático. Também foi muito importante poder conhecer um pouco mais da história da vida de cada um e os fatos marcantes, como por exemplo: perda de irmãos e avós; separação dos pais; presentes que ganharam; passeios e lugares que conhecem. O mais curioso é o fato de que o aluno que trouxe as fotos do rio Jacuí, é um aluno repetente e no ano passado quando trabalhamos hidrografia e falamos muito sobre o Rio Jacuí, não mencionou que o conhecia. Refleti sobre a importância de questionarmos o nosso aluno, dando oportunidade em nossas aulas para que possam mostrar o que conhecem e o que sabem.
Aproveitando as fotos que o aluno trouxe (estímulo), a reportagem da Zero Hora sobre os índios Guaranis que habitam na região do Rio Jacuí e a visita a aldeia indígena Kaingang que fizemos em São Leopoldo, abrimos um leque de discussão e relatos orais, em torno das condições dos povos indígenas, os escassos recursos naturais que possuem principalmente os que vivem em zona urbana.
No meu ponto de vista a aula foi muito proveitosa também para os alunos, pois ajudou para que cada um se enxergasse como um ser com uma história, além de promover um encontro muito especial entre os alunos, como por exemplo, ver fotos e fazer comentários dos colegas pequenos, enfim socializaram histórias e conhecimentos.